segunda-feira, 9 de maio de 2011

De trás pra frente

Desde a chegada dos mangás no Brasil. algumas revistas são publicadas com sua leitura invertida, ou seja, da direita pra esquerda. Desta forma, criou-se um mito de que mangá deve ser produzido assim, mesmo que seja feito por brasileiros para brasileiros. Percebo aí uma grande falha.
Os mangás publicados aqui no Brasil tem este formato porque o sentido de leitura no Japão é da esquerda pra direita. O único modo de adaptar o material para nossa leitura, seria espelhar toda a revista. No primeiro Ranma 1/2 foi feito isso, todos os personagens eram canhotos! Nos títulos seguintes, optaram por deixar o material como estava, substituir balões e onomatopéias e condicionar o leitor a ler de trás pra frente.

Fonte: nipop.wordpress.com

Contudo, quando produzir seu próprio material, considere o seguinte:
Na hora de criar/produzir o mangá, o cuidado para montar painéis, cenas, composição e ganchos é redobrado para o desenhista. Afinal, nosso sentido de leitura é o ocidental e fazendo o contrário, vai necessitar de mais esforço do que realmente precisaria o processo todo. Até porque o ambiente ao seu redor, televisão, sinalização, livros, jornais e revistas são lidos naturalmente no sentido que estamos habituados.
Mesmo sendo um material com tematica de mangá, alguns de seus leitores não estarão habituados com a leitura invertida e ficarão perdidos. Até os mais experientes podem ter alguma confusão momentânea e perder o sentido do texto entre os balões.
Se ainda assim você acreditar que o sentido oriental é o puro e verdadeiro símbolo do mangá, pense que o que está dentro dos balões será lido em sentido ocidental! A leitura dos painéis será no sentido ocidental e a leitura do textoé igual, só que ao contrário.
Tudo o que barra o movimento de leitura prejudica o aproveitamento do seu trabalho. A história fica mais cansativa, o leitor precisa voltar alguns quadros pra entender o contexto, enfim, é irritante.
Acredito que o objetivo seja atrair e não repelir as pessoas do seu trabalho. A menos que seja algum gênero experimental/punk, mas aí já estamos em outro tópico.

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