terça-feira, 10 de maio de 2011

A escolha da ambientação

 

A febre da linguagem do mangá costuma provocar uma certa desorientação na hora de escolher o cenário, a ambientação de uma história. Ainda que utilize a linguagem do mangá, com seus enquadramentos, linhas de expressão e estilo de ilustração, a história não precisa seguir a linha dos mangás tradicionais.
Este material que você consome em banca, o genuíno mangá, foi produzido no Japão (duh) por japoneses para japoneses. Não interessa até onde chegou, o público primário deles é sempre o Japão. Por mais exótica que seja a ambientação, sempre estarão embutidos os valores de cultura da população japonesa. Um "best-seller" contém apenas 15% de informação nova, o restante é o que o leitor já está familiarizado. E por quê? Para que e perceba que aquele é o tipo de leitura pra ele. Senão vai fechar a revista e nunca mais vai ler.
Aqui está um erro comum em jovens autores de mangá.
Por que escolher um cenário de escola japonesa se a mesma história pode ser contada na ambientação de uma escola brasileira? Uma boa ambientação necessita de bastante pesquisa e referências. Algumas vezes até uma visita ao cenário se faz necessário. Utilizar uma ambientação que conhece apenas por outros mangás, vai deixar seu trabalho fraco e pouco convincente. Além disso, trazer a história para um cenário que o leitor poderá facilmente reconhecer é um ponto a favor do sucesso do seu empreendimento.
Histórias que recriam um mundo inteiro são ainda mais complicadas, justamente porque você terá de apresentar este cenário novo aos poucos. Como nas histórias consagradas deste gênero, o elo que prenderá a atenção do leitor são os personagens estereotipados, mas isto é assunto para outro tópico.

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